quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Pesquisadores do Grupo de Eletroanalítica desenvolvem metodologia para diagnóstico da Doença de Chagas

Pesquisadores do Grupo de Eletroanalítica desenvolvem metodologia para diagnóstico da Doença de Chagas

A pesquisa Imunossensor amperométrico para doença de Chagas, que resultou no desenvolvimento de uma nova metodologia para detecção da doença, foi escolhida como o segundo trabalho mais relevante na I Mostra de Tecnologia da UNESP, realizada entre os dias 28 e 30 de outubro no Centro de Convenções Rebouças (SP). O trabalho rendeu ao seu autor, o farmacêutico-bioquímico Antonio Aparecido Pupim Ferreira, à orientadora, a química Hideko Yamanaka, docente do Departamento de Química Analítica do Instituto de Química (IQ), ao docente Paulo Inácio da Costa, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF), ambos da UNESP, campus de Araraquara, e ao pesquisador Walter Colli, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) a quantia de R$ 6 mil. Esse prêmio será entregue pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (Propp), organizadora do evento, em reunião do Conselho Universitário. "É um trabalho inovador, que permitirá maior agilidade na triagem de doadores de sangue", comenta Hideko. "O imunossensor não demanda grandes investimentos financeiros e oferece vantagens em relação aos métodos tradicionais", completa Ferreira.
A metodologia eletroquímica do imunossensor apresenta algumas vantagens. Um aspecto relevante é a detecção de anticorpos da doença, mesmo em baixa quantidade, com a utilização de pequena quantidade de antígeno. A reação à temperatura ambiente proporciona maior segurança no resultado. Uma característica do imunossensor é que ele permite a realização do exame em menor tempo, o que possibilita atender à demanda de pacientes que buscam os laboratórios. No caso de uma amostra indeterminada, ocorre, ainda, a facilidade na repetição do exame.
Embora relacionada há mais de 90 anos, ainda não há cura para a doença de Chagas, que tem como agente causador o inseto "barbeiro", portador do parasita Tripanosoma cruzi. "Atualmente, entretanto, o principal agente da doença não é mais o inseto, mas contaminações por transfusões sangüíneas", comenta Hideko. Uma forma segura de prevenir o mal é o cuidado na análise sorológica do sangue do doador.
A tecnologia desenvolvida no IQ, por ser mais eficiente, é importante para todos os países que destinam investimentos para o tratamento dos chagásicos. O invento contou com bolsa de mestrado e também financiamento para o pedido de patente nacional e internacional outorgados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Fonte: Universia